Quaresma: tempo de contemplar a misericórdia
As palavras do Papa nos convidam a assumir uma atitude específica para esta Quaresma:
“A Quaresma deste ano jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus”.
Para viver isso, é importante dar alguns passos, entre os quais: contemplar em Deus o rosto da misericórdia e atuar as obras de misericórdia.
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Contemplar a misericórdia
Contemplar é mais do que pensar, é algo profundo, é deixar-se envolver, ficar em silêncio, admirados, envolvidos também com os sentimentos.
Na mensagem do Papa para a Quaresma 2016, se diz “O mistério da misericórdia divina desvenda-se no decurso da história da aliança entre Deus e o seu povo Israel. Na realidade, Deus mostra-se sempre rico de misericórdia, pronto em qualquer circunstância a derramar sobre o seu povo uma ternura e uma compaixão viscerais, sobretudo nos momentos mais dramáticos”.
Contemplamos esta misericórdia no Filho: “N’Ele Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a misericórdia encarnada”.
Em Cristo a misericórdia de Deus toca o seu ápice, o ponto mais alto, pois “Em Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de quer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde se perdeu e afastou d’Ele. E faz isto na esperança”.
Nesta Quaresma façamos exercício de “contemplação” da misericórdia de Deus, escolhendo pessoalmente a forma para viver isso: adoração, leitura da Palavra, parar por algum tempo durante o dia para falar com Deus...
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Tornar-se capazes de misericórdia
Contemplando a misericórdia de Deus, nos tornamos capazes de misericórdia: “A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o assim, por sua vez, capaz de misericórdia”. É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual”.
As obras de misericórdia se traduzem em atos concretos e quotidianos que permitem alcançar “a carne sofredora de Cristo”, ou seja os pobres, nas exigências do corpo e do espírito deles.
Este tipo de amor leva o homem a experimentar a verdadeira felicidade: “Somente neste amor temos a resposta àquela sede de felicidade e amor infinitos que o homem se ilude de poder colmar mediante os ídolos do saber, do poder e do possuir”.
Este é o verdadeiro caminho em preparação à Páscoa!